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14 março 2007

PENSE - Estória de amor (0314-003)

Ele quase não viu a senhora, com o carro parado no acostamento. Chovia forte e já era noite. Mas percebeu que ela precisava de ajuda. Assim parou seu carro e se aproximou. Ele pode ver que ela estava com muito medo e disse:

- Eu estou aqui para ajudar madame, não se preocupe. Por que não espera no carro onde está quentinho? A propósito, meu nome é João.

Bem, tudo que ela tinha era um pneu furado, mas para uma senhora de idade avançada era ruim o bastante.

João abaixou-se, colocou o macaco e levantou o carro. Logo ele já estava trocando o pneu. Mas ficou um tanto sujo e, ainda, feriu uma das mãos.

Enquanto ele apertava as porcas da roda, ela abriu a janela e começou a conversar com ele. Contou que era de São Paulo, que só estava de passagem por ali e que não sabia como agradecer pela preciosa ajuda.

João apenas sorriu, enquanto se levantava. Ela lhe perguntou quanto devia. Qualquer quantia teria sido muito pouco para ela, que já tinha imaginado todos as terríveis coisas que poderiam ter acontecido se João não tivesse parado e lhe ajudado.

Mas João não pensava em dinheiro, aquilo não era um trabalho para ele. Gostava de ajudar, quando alguém tinha necessidade, e Deus já lhe havia ajudado bastante. Este era seu modo de viver e nunca lhe ocorreu agir de outro modo. E respondeu:

- Se realmente quiser me pagar, da próxima vez que encontrar alguém que precise de ajuda, dê para essa pessoa a ajuda que ela precisar. E acrescentou:

- e lembre-se de mim.

Esperou até que ela saísse com o carro, e também se foi. Tinha sido um dia frio e deprimente, mas ele se sentia bem, indo para casa.

Alguns quilômetros abaixo, a senhora parou seu carro num pequeno restaurante. Entrou para comer alguma coisa. Era um restaurante muito simples, e tudo ali era estranho para ela. A garçonete veio até ela e trouxe uma toalha limpa, para que ela pudesse esfregar e secar o cabelo molhado e lhe dirigiu um doce sorriso. Um sorriso que mesmo os pés doloridos, por um dia inteiro de trabalho, não pode apagar.

A senhora notou, que a garçonete estava com quase oito meses de gravidez, e que ela não deixou a tensão e as dores mudarem a sua atitude.

A senhora ficou curiosa em saber como alguém, que tinha tão pouco, podia tratar tão bem a um estranho, e então se lembrou do João.

Depois que terminou a sua refeição, e enquanto a garçonete buscava troco, para a nota de cem reais, a senhora se retirou.

Já tinha partido quando a garçonete voltou. Ela ainda procurava saber onde a senhora poderia ter ido, quando notou algo escrito no guardanapo, sob o qual tinha mais quatro notas de R$100,00. Existiam lágrimas em seus olhos quando leu o que a senhora escreveu. Dizia:

"Você não me deve nada, eu já tenho o bastante. Alguém me ajudou hoje e da mesma forma estou lhe ajudando. Se você realmente quiser me reembolsar por este dinheiro, não deixe este círculo de amor terminar com você, ajude alguém."

Bem, havia mesas para limpar, açucareiros para encher, e pessoas para servir, e a garçonete voltou ao trabalho.

Naquela noite, quando foi para casa cansada e deitou-se na cama, seu marido já estava dormindo e ela ficou pensando no dinheiro e no que a senhora deixou escrito. Como pôde aquela senhora saber o quanto ela e o marido precisavam disto? Com o bebê que estava para nascer no próximo mês, como estava difícil! Ficou pensando na bênção que havia recebido, deu um grande sorriso, agradeceu a Deus e virou-se para o marido, que dormia ao lado, deu-lhe um beijo macio e sussurrou:

- Tudo ficará bem. Eu te amo...João!

Pense nisso, e se você quiser me pagar por este texto, fale dele aos seus amigos e não deixe isto morrer com você.

A VIDA É ASSIM ... UM ESPELHO .. TUDO QUE VOCÊ TRANSMITE VOLTA PRA VOCÊ.

PENSE - Portas (0314-002)

Se você abre uma porta, você pode ou não entrar em uma nova sala. Você pode decidir não entrar e ficar, apenas, observando a vida. mas, se você vence a dúvida, o medo, e entra, da um grande passo.

Nestas salas se vive... Mas, tudo tem um preço. São inúmeras outras portas que você descobre. Às vezes quebra-se a cara, às vezes curte-se mil e umas.

O grande segredo é saber quando e qual porta deve ser aberta.

Isto é dificil, mas a vida não é rigorosa. Ela propicia erros e acertos. Os erros podem ser transformados em acertos, quando com eles se aprende. Não existe a segurança do acerto eterno.

A vida é generosa. A cada sala que se vive, descobrem-se tantas outras portas! E a vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas. Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosamente oferece afortunadas portas.

Mas a vida também pode ser dura e severa. Se você não ultrapassar a porta, terá sempre a mesma porta pela frente. É a repetição perante a criação, é a monotonia de uma só cor perante a multiplicidade das cores, e a estagnação da vida.


Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens...

SAÚDE - Se não quiser adoecer (0314-001)

Se não quiser adoecer - "Fale de seus sentimentos".

Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.

Se não quiser adoecer - "Tome decisão".

A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer - "Busque soluções".

Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer - "Não viva de aparências".

Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso...
uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer - "Aceite-se".

A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer - "Confie".

Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer - "Não viva sempre triste".

O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia.

Créditos: Dr. Drauzio Varela

11 março 2007

POEMA - Não entendo (0311-003)

Não entendo.
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completo quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.


Clarice Lispector

POEMAS - O enterrado vivo (0911-002)

É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico.

É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.

É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.

É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.

Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência.


Carlos Drummond de Andrade

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