Páginas

04 janeiro 2007

PENSE - O gosto do chicletes (0104-002)

Quem é da minha geração – daqui a alguns dias completo 45 anos - deve lembrar do chiclete Adams com uma certa saudade. Principalmente daqueles que vinham numa caixa em forma de pequeninas pastilhas coloridas. Era só acabar o açúcar que levávamos mais um bocado à boca. Provavelmente, em pouco tempo você foi capaz de acabar com o que tinha na embalagem, ficando com uma bola de goma de chiclete na boca. E quantas vezes, por isso, escutou a bronca de seus pais: deixa de ser guloso (a)! No entanto, nem a mais dura reprimenda impediu que voltássemos novamente a devorar toda a caixinha de chiclete quase que de uma só vez.

E esta mania continuo trazendo até hoje. Não a do chiclete, mas a de desejar que as coisas boas permaneçam por mais tempo em minha vida.

Daí que acordei em pleno primeiro dia do ano de 2007, um pouco melancólico e com uma depressãozinha. Afinal, passada a euforia da antecipação do novo que está por vir, da visualização dos sonhos, das promessas, do clima festivo, constatei que o mundo continua o mesmo; o que mudou foi o meu estado de ânimo e humor.

Para superar estes meus momentos depreciativos recorro às boas e motivadoras histórias. E uma delas é a de Viktor Frankl, um psicólogo que viveu confinado num campo de concentração nazista. Ajudou muita gente por lá. Fez daquele cenário de horror um laboratório para compreender melhor o comportamento e as motivações do ser humano. Foi daí que concebeu a
Logoterapia. O termo "logos" é uma palavra grega que significa "sentido".

Assim, nas palavras de Frankl, a "Logoterapia concentra-se no sentido da existência humana, bem como na busca da pessoa por este sentido".

Em outras palavras, a busca de sentido na vida é a principal força motivadora no ser humano. O homem é um ente orientado para o sentido.

Frankl notou que os sobreviventes mantiveram um sentido dentro de si para continuarem vivos. E deste sentido, alimentaram uma Visão Positiva de futuro.

As nossas limitações em sua maioria são de ordem subjetivas, frutos de nossos pensamentos negativos. Portanto, o Sentido e a Visão Positiva de Futuro são as duas asas que poderemos contar para sobrepujarmos as nossas limitações diante de situações adversas, uma vez que bem poucas são as situações em que realmente deixaremos de desenvolver as condições necessárias para solucionar um problema ou então para trazer mais plenitude em nossa vida.

E assim, hoje, no segundo dia do ano, aceito que é hora de aterrissar, fixar raízes e reforçar o fato de que sou responsável pelo meu destino. Serão mais de trezentos e sessenta dias pela frente. Trezentos e sessenta dias de oportunidades! Trezentos e sessenta dias de possibilidades!

Um espaço de tempo onde o passado, a não ser as experiências proprocionadas, não nos terá serventia.

Para adentrar este espaço com o intuito de torná-lo criativo e realizador, será preciso desapegar do passado, seja das boas e das más recordações, pois é para frente que aponta o sentido de nossa vida. Será necessário aceitar o fato que o açúcar do chiclete uma hora acaba, e que qualquer tentativa de mantê-la doce será absurda e irracional. A sabedoria é saborear o doce sabor do chiclete sem pressa, sem apego, até terminar. Afinal, não é o último dos
chicletes!

E também hoje não será o último de nossos dias. E se for? Saboreie intensa e desapegadamente o "*hoje*" de agora e de todos os dias.

Crédito: Hélio Arakaki do Grupo Yahoo Kahuna Mondial

FRASES - Mulher tem que ser mais (0104-001)

O homem precisa sair todas as manhãs pronto para matar um leão. A mulher, além de matá-lo, necessita temperá-lo, assá-lo, serví-lo e estar impecável para receber os convidados.

29 dezembro 2006

PENSE - Vida Nova (1229-003)



"Vida nova" é uma expressão que exige planejamento


Todo mundo sempre costuma repetir: "Ano-novo, vida nova". Mas até
que ponto sabemos realmente medir o peso desta afirmação e será que a colocamos em prática ou ficamos só na intenção?

Se no ano que passou, você não conseguiu atingir suas metas,
concretizar sonhos, acumulou mágoas e não conseguiu superar desafios inesperados, agora é a hora de abrir as janelas da mente e do coração para o futuro.

É importante captar as mensagens externas e não esquecer de olhar
para dentro de si porque o caminho para uma vida nova passa, impreterivelmente, por nosso mundo interior, que vc sabe qual é!

A transformação de seu momento atual, enfim, depende exclusivamente
de você. Depende do seu trabalho mental, de acreditar e realizar. Nada, nem ninguém poderá fazer isso por você. A ajuda pode, sim, vir de fora, mas o impulso deve partir de você.

Independentemente de sua situação atual, em primeiro lugar,
questione com sinceridade: "Eu realmente quero mudar minha vida?"

Se a sua resposta for afirmativa, então é hora de mexer-se porque o
ano-novo está aí e vc tem todas as ferramentas para criar um novo futuro.


Hauoli Makahiki hau = Feliz Ano Novo em Hawaiano


Credito: Elmalux do Grupo Kahuna Mondial

FRASES - Abra os Olhos (1229-002)

"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão.

O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem saber ver."


(Gabriel Garcia Marquez)

PENSE - Operário em Construção (1229-001)

Era ele que erguia casas onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas, ele subia com as casas que lhe brotavam da mão. Mas tudo desconhecia de sua grande missão: Não sabia, por exemplo que a casa de um homem é um templo. Um templo sem religião.
Como tampouco sabia que a casa que ele fazia, sendo a sua liberdade era a sua escravidão.

De fato, como podia um operário em construção compreender por que um tijolo valia mais do que um pão?

Tijolos ele empilhava com pá, cimento e esquadria. Quanto ao pão, ele o comia... Mas fosse comer tijolo!

E assim o operário ia com suor e com cimento erguendo uma casa aqui, adiante um apartamento, além uma igreja, à frente um quartel e uma prisão: Prisão de que sofreria não fosse, eventualmente um operário em construção.

Mas ele desconhecia esse fato extraordinário: Que o operário faz a coisa e a coisa faz o operário. De forma que, certo dia à mesa, ao cortar o pão o operário foi tomado de uma súbita emoção ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – Garrafa, prato, facão – Era ele quem os fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção.

Olhou em torno: gamela, banco, enxerga, caldeirão, vidro, parede, janela casa, cidade, nação! Tudo, tudo o que existia era ele quem o fazia, ele, um humilde operário. Um operário que sabia exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento não sabereis nunca o quanto aquele humilde operário soube naquele momento!

Naquela casa vazia que ele mesmo levantara, um mundo novo nascia de que sequer suspeitava.

O operário emocionado olhou sua própria mão, sua rude mão de operário, de operário em construção. E olhando bem para ela, teve um segundo a impressão de que não havia no mundo coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão desse instante solitário que, tal sua construção cresceu também o operário. Cresceu em alto e profundo, em largo e no coração. E como tudo que cresce ele não cresceu em vão pois além do que sabia – Exercer a profissão – O operário adquiriu uma nova dimensão: A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu que a todos admirava: O que o operário dizia outro operário escutava.

E foi assim que o operário do edifício em construção que sempre dizia sim começou a dizer não. E aprendeu a notar coisas a que não dava atenção: Notou que sua marmita era o prato do patrão, que sua cerveja preta era o uísque do patrão, que seu macacão de zuarte era o terno do patrão. Que o casebre onde morava era a mansão do patrão, que seus dois pés andarilhos eram as rodas do patrão. Que a dureza do seu dia, era a noite do patrão. Que sua imensa fadiga, era amiga do patrão.
E o operário disse: Não! E o operário fez-se forte na sua resolução.

Como era de se esperar as bocas da delação começaram a dizer coisas aos ouvidos do patrão. Mas o patrão não queria nenhuma preocupação – "Convençam-no" do contrário – Disse ele sobre o operário e ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário ao sair da construção, viu-se súbito cercado dos homens da delação e sofreu, por destinado sua primeira agressão.

Teve seu rosto cuspido, teve seu braço quebrado, mas quando foi perguntado o operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário sua primeira agressão. Muitas outras se seguiram. Muitas outras seguirão. Porém, por imprescindível ao edifício em construção, seu trabalho prosseguia e todo o seu sofrimento misturava-se ao cimento da construção que crescia.

Sentindo que a violência não dobraria o operário, um dia tentou o patrão dobrá-lo de modo vário. De sorte que o foi levando ao alto da construção e num momento de tempo mostrou-lhe toda a região e apontando-a ao operário fez-lhe esta declaração: – Dar-te-ei todo esse poder e a sua satisfação porque a mim me foi entregue e dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer. Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês será teu se me adorares e, ainda mais, se abandonares o que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário que olhava e que refletia mas o que via o operário o patrão nunca veria. O operário via as casas e dentro das estruturas via coisas, objetos, produtos, manufaturas.

Via tudo o que fazia o lucro do seu patrão e em cada coisa que via misteriosamente havia a marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

– Loucura! – gritou o patrão – Não vês o que te dou eu?

– Mentira! – disse o operário não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se dentro do seu coração. Um silêncio de martírios. Um silêncio de prisão. Um silêncio povoado de pedidos de perdão. Um silêncio apavorado com o medo em solidão. Um silêncio de torturas e gritos de maldição. Um silêncio de fraturas a se arrastarem no chão. E o operário ouviu a voz de todos os seus irmãos. Os seus irmãos que morreram por outros que viverão.

Uma esperança sincera cresceu no seu coração, e dentro da tarde mansa agigantou-se a razão de um homem pobre e esquecido razão porém que fizera em operário construído, o operário em construção.



Vinícius de Moraes

Se não encontrou o que queria, procure aqui, mas volte logo.

Pesquisa personalizada